A França é mundialmente conhecida por seus macarons e croissants, mas também devido a alguns pratos que podem parecer um pouco mais estranhos para quem chega de fora. Uma das iguarias que costumam atrair muitas caretas dos turistas é o famoso escargot, um prato tipicamente francês, servido como entrada.
 
Mas nem sempre é fácil ligar o nome à pessoa. Escargot é um nome francês que soa "chique", portanto, só depois de pedir o prato, o visitante consegue entender que vai comer… caracóis!
 
Sim, caracóis. Por aqui se consome 10 quilos de escargots por segundo, ou seja: 15 mil toneladas por ano. É um mercado que movimenta incríveis 100 milhões de euros por ano.
 
Apesar da popularidade do prato no país, não foram os franceses que inventaram essa moda. Como conchas de caracóis já foram encontradas em escavações arqueológicas, há indícios de que o prato fez parte da gastronomia da pré-história, principalmente na área do Mar Mediterrâneo. Na antiguidade clássica, os escritos do historiador Plínio mostram que, no Império Romano, o escargot era considerado um manjar dos deuses e, portanto, comida de elite.
 
Atualmente, o controle de qualidade é grande: nem todos os caracóis são considerados comestíveis e vários são avaliados como pequenos demais para o consumo. Na França, as espécies mais facilmente encontradas em restaurantes são Heliz Pomatia, Cornu Aspersa e Helix lucorum. O preparo começa vários dias antes, já que, até chegarem à cozinha os caracóis passam por uma dieta especial, que serve para eliminar conteúdos indesejáveis do seu sistema digestivo. Depois, eles são cozidos em muito tempero, o que, dependendo do chef, pode incluir manteiga, ervas, vinho, alho ou vinagre. O escargot vem à mesa em bandejas especiais, com seis ou doze endentações, em que as conchas são colocadas. Finalmente, para degustá-los, é preciso utilizar talheres especiais: uma espécie de tesoura que é usada para segurar a concha e um garfinho, especialmente desenhado para extrair a carne.
 
Se você, leitor, conhece e gosta de escargot, já deve estar com água na boca! Porém se ainda não provou e ficou com vontade de experimentar, uma boa notícia: essa típica iguaria francesa é ótima para quem está de dieta, pois contém muita proteína e pouca gordura.

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