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Página anteriorO Café Especial chegou para ficar!
Originário da África, o café se expandiu pelo mundo através de várias culturas, disseminando histórias, variedades e até contos sobre o seu descobrimento. Em resumo, há quem diga que um pastor de cabras, conhecido como Kaldi, percebeu seus animais mais animados após consumirem o fruto na antiga região africana, hoje denominada Etiópia, concluindo que nele havia propriedades estimulantes capazes de permitir maior resistência às suas atividades rotineiras.
O Brasil consagra-se como o maior produtor de café do Mundo, distribuindo suas atividades produtivas em diversos Estados, explorando as melhores condições geográficas e climáticas, representando mais de 30% da produção global.
O fruto, por sua vez, subdivide-se em algumas espécies. Dentre as mais populares atualmente se encontram: a arábica e a canéfora, destacando-se a primeira em razão do seu potencial de reproduzir notas sensoriais mais complexas, podendo extrair diversos aromas, texturas e sabores peculiares, como frutas vermelhas, amarelas, amêndoas, chocolate, características herbais, florais, amanteigada, enfim, um verdadeiro universo de percepções.
Todas essas características estão associadas ao meticuloso processo de produção, desde a seleção das variedades escolhidas em razão do clima e do solo, até a fase de colheita e pós-colheita, através do processo de beneficiamento, estoque e torra.
A categoria de cafés especiais, ainda não regulamentada pela legislação brasileira, porém já amplamente produzida em solo nacional, em várias regiões do país, evidenciando as áreas de Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo e Bahia, mas também cultivada em outros polos, como Ceará e Pernambuco, destaca-se pela particularidade do meio de produção, onde a colheita é feita manualmente, via de regra, por pequenos produtores, sendo selecionados frutos em seu estágio de maturidade ideal, o que é imprescindível para um melhor resultado na xícara.
Após a colheita, os frutos passam pela fase de beneficiamento, onde serão secados, descascados e despolpados, tanto pelo processo natural em terreiro, método tradicionalmente utilizado, como também podem ser lavados e fermentados. Após esses processos, o grão já seco é classificado por tamanho/peneira e depois ensacado. Por fim, as sacas são comercializadas e se submetem à derradeira etapa de torrefação, onde o mestre de torra irá estabelecer critérios para manter todas as propriedades sensoriais do café, como acidez, doçura, textura, corpo e aromas especiais.
A cidade de Natal/RN dispõe de cafeterias com expertise em cafés de especialidade, tanto em seus cardápios, como em torrefações próprias, dispondo de cursos direcionados à formação de home-baristas, baristas profissionais e mestres de torra.