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Página anteriorApós 30 anos, Banca do Tota muda de nome e amplia serviços
A banca de revistas mais famosa de Natal, a Banca Cidade do Sol, que tem 30 anos de funcionamento no canteiro central da Avenida Afonso Pena, agora está com novo layout, novos produtos e até mudou de nome, passando a se chamar Tota Tabacaria, por causa da afinidade com o produto que é um dos mais apreciados pelos clientes da casa: os charutos.
O nome do estabelecimento é o apelido carinhoso pelo qual muita gente boa de Natal conhece o proprietário da banca, Antônio Barbosa da Silva, nascido em Santana do Matos (RN), 56 anos, que todos chamam de “Tota”.
Tota foi funcionário de banco dos 17 aos 23, anos, também chegou a ser sócio de restaurante na Praia dos Artistas, mas foi em 1990 que ele montou o estabelecimento que viria a ser sua marca e torná-lo um personagem de Natal: uma banca de revistas.
“Eu morava na Rua Apodi, perto do Centro da Cidade, e todos os dias eu passava na avenida Rio Branco e olhava as bancas de jornal e revistas. E eu gostava daquilo. Foi tanto que um dia decidi abrir minha própria cigarreira e encomendei a banca numa fábrica de João Pessoa, a Fortex”, lembra Tota.
Uma das estratégias para se diferenciar do mercado foi vender revistas que outras cigarreiras não revendiam, como publicações de arquitetura, de moda, culinária. Revistas italianas e francesas, que eram distribuídas pela empresa Leonardo da Vinci de São Paulo.
A estratégia deu tão certo que ele construiu um público cativo de alto padrão e se tornou um dos grandes nomes do segmento, tendo gente que frequenta a banca até hoje desde a inauguração.
A estrutura da ex-Banca do Tota e agora Tota Tabacaria passou por uma grande reforma ao longo dos anos. A segunda estrutura que ele comprou para colocar no lugar da primeira cigarreira simples foi adquirida em São Paulo, a uma fábrica chamada W Sita. “Veio em duas partes, em um caminhão, e foi montada aqui”. A reforma atual, feita agora em 2020, é a terceira repaginada que o estabelecimento recebe.
Quando o mercado editorial estava no auge, os negócios foram muito bem. Tota chegava a vender 120 jornais num único domingo, entre Diário de Natal e Tribuna do Norte. Nos últimos anos, porém, com a mudança do mercado editorial que vem migrando abruptamente para a internet, a venda de publicações impressas perdeu receita, e foi necessário modificar o perfil da banca. Primeiro, ele pensou em montar um bistrô, para vender pratos elaborados, mas fez uma pesquisa de mercado e decidiu manter perfil estético que consagrou seu ponto, mas diversificando os produtos.
Agora, as revistas e jornais ocupam muito menos espaço do que artigos como vinhos finos da Grand Cru, charutos de regiões produtoras importantes e cafés especiais das melhores linhas da marca Três Corações.
Todos os novos produtos vendem bem, mas os charutos possuem um espaço maior no coração de Tota. Ele gosta do tema, fuma charuto e até foi colunista da REVISTA DEGUSTE falando deste mercado por vários anos.
Na Tota Tabacaria (ex-banca do Tota) ele vende charutos da República Dominicana, Cuba e Nicarágua, “além dos nacionais, trazidos da Bahia.”, comenta.
O charuto mais barato custa R$ 20,00 e o mais caro R$ 320,00 (um único charuto). “Existem mais caros que esses aí, mas eu não vendo”, diz Tota.
O mercado do tabaco responde bem aos negócios. “É bater aqui na banca e vender”, comemora ele, contando um episódio recente de uma caixa de cubanos cuja foto ele postou no Instagram antes mesmo de colocá-los na prateleira e, de repente, formou uma “aglomeração” de clientes. “Vendeu tudo rapidinho”, lembra Tota, satisfeito.
Vender charutos é uma questão de confiança, pois esse é um dos produtos mais falsificados do mundo. E um dos esforços de Tota é manter a confiança dos clientes que conseguiu cativar ao longo dos anos.
O consumo do charuto acabou acentuando as vendas de outro produto por tabela, o vinho do porto.
Muito apreciado por quem fuma charuto, a bebida é vendida em taças para acompanhar uma e outra tragada dos muitos clientes que vão até a Tabacaria para fumar charuto ali mesmo, nas charmosas mesinhas do canteiro central.
Os vinhos da Tota Tabacaria são fornecidos pela Grand Cru da Paraíba, através do empresário Vicente Barbosa, que é de Natal e se tornou um dos desbravadores contemporâneos da venda de vinhos em João Pessoa e Campina Grande, onde mantém duas lojas. São 14 rótulos que podem ser levados para casa ou bebidos ali mesmo, pois Tota construiu um espaço climatizado interno com capacidade para seis pessoas.
Para montar a cafeteria, foi decisiva a parceira com a marca Três Corações, que fornece os cafés especiais que são vendidos no endereço. “A Três Corações me deu um grande apoio”. Tota também vende salgados e, aos poucos, a Tabacaria está se transformando em local para o lanche da tarde das pessoas.
Tota Tabacaria
Avenida Afonso Pena, 439 (Canteiro Central)
Fone: (84) 99705-9636
Instagram – @TotaTabacaria
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