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Página anteriorPotiguar Clija Chait se destaca cada vez mais no mercado gastronômico de Los Angeles

Texto: Ramon Ribeiro
Natural de Cerro Corá, a empresária potiguar Clija Chait tem se destacado cada vez mais no mercado gastronômico da badalada Los Angeles. Ao lado do renomado restaurateur americano com mais de 30 anos de experiência, Bill Chait, com quem é casada, o casal está à frente de mais de 20 empreendimentos nos Estados Unidos e Coreia do Sul, entre restaurantes, bares, loja de vinhos e padarias. Não obstante, no início de setembro, a potiguar deu início a mais uma empreitada, o Caboco.

O novo restaurante é a primeira investida do casal pela culinária brasileira. O empreendimento tem como sócios os chefs Rodrigo Oliveira, do Mocotó (SP), e Victor Vasconcelos. “A resposta tem sido ótima. Quando pensamos o Caboco, levamos muito em conta os brasileiros, mas de um modo que o conceito atenda a todos os públicos que estão na cidade. Los Angeles é um lugar cosmopolita”, diz Clija.

Para Clija, o Caboco celebra a diversidade da cozinha tradicional brasileira, mas com toque de modernidade. “Queremos que os americanos conheçam nossos dadinhos de tapioca, que aprendam a comer torresmo, moqueca, dentre outros pratos”.

Clija também está envolvida com outro restaurante em Los Angeles, o Varro Venice, recém-inaugurado. Comandado pelo chef Leo Lanussol, o estabelecimento tem como conceito uma cozinha saudável, mas com toque argentino. “O cardápio é bem variado, vai do vegano até o carnívoro, com destaque para os vegetais e peixes, além de contar com uma boa seleção de vinhos orgânicos”, detalha a potiguar. “Fizemos algo com a cara do bairro em que o restaurante está localizado, Venice, de perfil fitness, com pessoas que gostam de correr, praticar yoga e comer bem”.
Responsável pelo marketing e a criação de conceitos dos novos restaurantes, Clija lembra que o começo profissional em Los Angeles não foi nada fácil. “Estou aqui há quase seis anos. O início foi complicado, até pelo fato de ser mulher e jovem. Tive que me posicionar com firmeza várias vezes para ser ouvida”, recorda. “Los Angeles é uma cidade enorme. As pessoas aqui são diretas e objetivas. Para crescer, precisei melhorar minha comunicação, fiz dois anos de College, depois cursei Contabilidade na UCLA, só então foi que comecei, inicialmente produzindo buffet para eventos. Foi quando me encaixei”.

Clija costuma matar a saudade da terrinha exercitando os dotes culinários herdados dos avós. “Às vezes recebemos amigos em casa e preparo galinha torrada, buchada de bode, arroz de leite, carne de sol. Amo demais a cozinha sertaneja”, diz a empresária, que deseja no futuro não muito distante abrir um restaurante com foco específico na gastronomia do Nordeste. Porém, para breve, o que ela mais quer é fazer aquela visitinha básica ao Rio Grande do Norte, reencontrar a família e amigos, reestruturar a biblioteca que mantém em Cerro Corá e, quem sabe, prosseguir com o projeto de abrir a primeira galeria de arte da cidade.

“A pandemia atrapalhou os planos. Mas queremos fazer essa viagem no próximo ano. Preciso rever a família, amigos, ir às praias, mostrar para o Bill a nossa gastronomia. Até porque, quando formos abrir o restaurante de cozinha nordestina, vou precisar do suporte dele, então é importante que ele entenda bem da nossa cultura”, conta a potiguar, entusiasmada com tantos projetos novos.