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Página anteriorAbrasel/RN elege novo presidente e novos membros de conselhos
A seccional da Abrasel no Rio Grande do Norte tem novo presidente. O chef de cozinha e empresário italiano Paolo Passariello foi eleito, no último dia 23 de novembro, quando também foram escolhidos os novos membros do Conselho Administrativo e Fiscal da entidade. O mandato tem duração de três anos e, entre as principais metas da nova gestão, está investir na formação profissional no setor de bares e restaurantes de Natal, dar continuidade às ações positivas e de transparência da Abrasel, além de buscar a união de forças em prol do crescimento e da representatividade da associação junto à sociedade potiguar.
Paolo Passarielo nasceu em Napoli, em 1972, e chegou em Natal em 2012, onde é proprietário do restaurante Gennarí, batizado assim em homenagem ao seu pai. Casado com uma natalense, ele é pai de duas filhas. Paolo assume o cargo de Artur Fontes, que a partir de agora passa a ser conselheiro da Abrasel.
O sistema de gestão adotado pela Abrasel é o de Conselhos, em que as decisões são tomadas primando pelo consenso. Nesse sistema, os primeiros nomes são considerados presidente e vice-presidente da entidade. O novo presidente liderará, portanto, formado pelos seguintes membros no Conselho Administrativo: Fernando Popó – Massa Finna (vice-presidente da Abrasel); Roberto Cavani – Páprika; Luiz Segundo – Tábua de Carne; Thiago Salem – Nemo; Max Fonseca – Chopp & Camarão; Kize dos Santos – Meu Barraco Boteco Bistrô; Francisco Pellizzon – Pirandello’s; Marcus Dantas – Gostoso Sabor; e Felipe Fonseca – Curió.
O Conselho Fiscal terá como presidente Giovani Rodrigues, do Paçoca de Pilão, contando ainda com os conselheiros Camilla Schultz – Gaúcho’s Grill; Kayo Carvalho – Pittsburg; Daniel Guanabara – Takami Restaurante; Ivone Freire – Talher; e Paulo Gallindo – Fogo e Chama. O mandato do presidente eleito da Abrasel e demais conselheiros já está em vigência.
Leia, a seguir, uma entrevista com Paolo Passarielo, presidente da seccional da Abrasel no Rio Grande do Norte.
ENTREVISTA / PAOLO PASSARIELO:
– Fale um pouco sobre você e suas origens. Onde e quando nasceu? Quando veio para o Brasil e por quê? Quando veio para Natal e por quê?
Nasci em Napoli (Nápoles), na região da Campânia, sul da Itália, em 23 de outubro de 1972. Em 2004 conheci a minha atual esposa, Sonália. E desse casamento nasceram duas filhas, Emanuele e Paola. Cheguei no Brasil, direto para Natal, em agosto de 2012. Mudei para cá depois de alguns anos de crise econômica na Itália, onde trabalhava no ramo de terceirização de mão de obra. Com mais de vinte anos nesse setor, adquiri grande experiência empresarial, gerenciando até mil funcionários. A cozinha sempre foi a minha paixão mas nunca tinha atuado nesse ramo antes de vir para o Brasil. Só brincava de cozinheiro em casa, nos finais de semana, com parentes e amigos. Sendo a minha esposa de Natal, escolhemos esse destino para implantar nossa nova vida, escolhendo mudar de ramo e começar um novo caminho, juntos a nossos filhos. Em oito anos atuando no ramo de restaurantes aqui no Brasil, tive a oportunidade de criar uma ligação muito forte com a gastronomia italiana, principalmente com a do sul dá Itália. Meu maior desafio foi explicar aos meus clientes que a gastronomia italiana é bem diferente dos estereótipos que encontrei aqui no Brasil. Por isso, sempre tentei (e consegui!) divulgar a cultura italiana além da gastronomia. Meu primeiro estabelecimento foi em Ponta Negra, mas mudei para Petrópolis depois de um ano, no endereço onde atualmente funciona a minha casa, chamada Gennarí, em homenagem a meu pai. Gennaro era o nome do meu pai e Gennarí, a forma carinhosa que minha mãe o chamava.
– Fale da sua profissão. Quando se tornou chef de cozinha? Quais as principais experiências vividas na sua área?
Em agosto de 2019, vendo as tendências do mercado, em uma época que poucos estavam investindo, e depois de analisar o setor, decidi abrir o delivery do Gennarí. A estrutura é independente, no bairro de Capim Macio. Penso que salão de restaurante e delivery não podem conviver na mesma cozinha. Apostei em um serviço eficiente, com embalagens de qualidade e de material reciclável, mas preservando a qualidade de meus pratos. Isso foi quase premonição com relação ao que aconteceu em março, com a chegada da pandemia e o fechamento de bares e restaurantes. Este período, que ainda estamos vivendo, foi de grande aprendizado, em um nicho de mercado, o delivery, onde eu não tinha nenhuma experiência.
– Qual análise faz do serviço de delivery para o setor de bares e restaurantes?
A meu ver, o serviço de delivery tem duas categorias de clientes muitos diferentes. E isso é normal. Tem clientes que preferem receber o prato já pronto e não se incomodam de comer em uma embalagem descartável; e tem clientes que preferem finalizar o prato em casa e colocar na mesa bem decorada, brincando de cozinheiros. Meu conselho para quem escolhe abrir uma operação de delivery é criar duas linhas diferentes de produtos, para atender os dois perfis. Em 2021, o delivery, na minha previsão, terá um crescimento para depois estabilizar. Mas não tenho dúvida que o melhor lugar para descontrair e sair da rotina é uma mesa de bar ou restaurante. O setor de bares e restaurantes terá uma fase estável e começará a voltar à normalidade na segunda metade de 2021.
– Qual análise faz do atual mercado de bares e restaurantes em Natal? O que ainda falta evoluir?
Tem várias coisas que Natal e o Rio Grande do Norte devem evoluir. Por experiência própria, posso dizer que os três maiores fatores que podem criar uma evolução são a logística de compras, a qualidade da mão de obra e, por fim, mas não menos importante, a captação de turistas. Começando pela captação de turistas, levo como exemplo a minha cidade, Napoli, que nos últimos anos foi só uma cidade de passagem para chegar em lugares mais atrativos como Capri e a Costa Amalfitana. Com uma boa gestão da cidade, essa tendência está melhorando e sempre mais turistas passam alguns dias na cidade, que reforçou a segurança e melhorou os seus pontos turísticos. Aqui em Natal, acontece praticamente a mesma coisa: o turista chega e se direciona para outros destinos, como as praias próximas. Isso deve ter uma mudança de direção. A Abrasel, nesse sentido, tem um papel muito importante, para criar roteiros turísticos na cidade que abranjam a gastronomia e a cultura, juntos com Prefeitura e Governo do Estado. Outro fator que precisa melhorar é a logística de abastecimento dos insumos. Não é admissível que muitos colegas de nosso setor sejam obrigados a comprar fora do Rio Grande do Norte insumos que faltam na cidade ou que não têm estabilidade na disponibilidade. Precisamos abrir um diálogo com as empresas de distribuição para que isso não aconteça mais. A Abrasel é uma associação que reúne muitas empresas de nosso setor e um bom diálogo e planejamento podem ajudar muito. Enfim, tem a formação de nossos colaboradores.
– Cite algumas metas de sua gestão?
Na minha gestão, gostaria muito de criar uma escola de formação, que seja de fácil acesso para a população e que tenha a participação direta de alguns de nossos colegas, que podem transmitir, com a experiência adquirida no setor e na cidade, as reais exigências de nossas empresas. Óbvio que outra meta para meu mandato é o crescimento da seccional Abrasel, experiência que já tivemos com uma ótima performance do presidente Artur Fontes. Aproveito para agradecer o trabalho, tanto dele quanto dos outros envolvidos, durante a pandemia, com um diálogo aberto e constante com as instituições e com os associados. O maior agregador para nossa associação é a união das forças. Eu vou continuar e reforçar esse indispensável papel, na mais ampla transparência e com a ajuda de meus colegas, colocando-me a disposição de todos.
Fonte: Assessoria de comunicação da Abrasel/RN