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Página anteriorConfraria SAV viaja a Portugal
Com geografia montanhosa, cortada por um belo e sinuoso rio que dá nome à região, o Douro, de característica singular e de uma beleza de tirar o fôlego, foi destino da viagem anual da confraria SAV – Sociedade Amantes do Vinho – em novembro do ano passado.
Formada há 11 anos por um grupo de amigos, que tem em comum o gosto pelo vinho e o prazer à mesa, a confraria passa o ano reunindo-se, mensalmente, nos restaurantes de Natal. O objetivo é degustar vinhos dos mais variados estilos, elaborados nos quatro cantos do mundo.
Paralelo a essas degustações, o grupo define o país produtor de vinhos a ser visitado no final do ano. Em seguida, a SAV começa a organização de todos os detalhes para que a viagem seja a mais proveitosa e prazerosa possível.
Antes de seguir para o Douro, a SAV passou três dias em Lisboa conhecendo melhor a cidade e, principalmente, explorando seu lado mais gourmet. E um dos lugares que eu recomendo para se conhecer a diversidade gastronômica de Lisboa é o Mercado da Ribeira.
Inaugurado em janeiro de 1882, o Mercado da Ribeira tem cerca de 10 mil metros quadrados de área coberta e já passou, ao longo de todos esses anos, por várias reformas.
A última grande reforma foi finalizada em maio de 2014, quando o mercado recebeu cerca de 30 novas lojas destinadas, exclusivamente, ao trabalho de chefs, que ali montaram suas cozinhas para atender aos moradores de Lisboa e, principalmente, os turistas do mundo inteiro.
Em geral, os cardápios são enxutos, porém com pratos bem elaborados, variando o preço entre 8 e 15 Euros, deixando a refeição bem atraente. Resultado: na hora do almoço, o enorme espaço, com capacidade para receber 750 pessoas sentadas, fica completamente lotado. Os restaurantes estão organizados ao redor, enquanto o centro é ocupado por mesas coletivas altas de madeira e cadeiras.
Mas o Mercado da Ribeira tem espaço para o tradicional, como as bancas de frutas, verduras, peixes, frutos do mar, carnes, loja de vinho (Garrafeira Nacional), flores, bolos, tabacaria, quiosque de cerveja e muitos outros produtos.
Para quem gosta de comer bem e pagar um preço justo, a visita a esse mercado é imperdível. Vá com tempo de sobra para comer com calma e aproveitar todas as delícias tipicamente portuguesas, que você vai encontrar por lá, como doces conventuais, bacalhau feito de diversas maneiras, polvo, sardinha na brasa, leitão à pururuca, croquetes de choco, enchidos de porco alentejano, de atum e de sapateira, entre outros.
Mercado da Ribeira
Avenida 24 de Julho, 50, Cais do Sodré
Lisboa/Portugal
De domingo a quarta-feira, das 10h às 24h.
De quinta a sábado, das 10h às 02h
A expressão maior da alta gastronomia portuguesa encontra-se no restaurante Belcanto, do jovem chef José Avillez que, na semana em que a SAV esteve lá, foi agraciado com a segunda estrela do Guia Michelin. A primeira foi conquistada em 2012. O clima era de comemoração entre a brigada.
A experiência de comer no Belcanto é inesquecível. O restaurante abriu as portas em 1958, no bonito Largos de S. Carlos, no centro histórico de Lisboa, e na casa onde nasceu o poeta Fernando Pessoa. Em 2011, José Avillez negociou o ponto e fez uma grande reforma, abrindo as portas em janeiro de 2012. O ambiente é sóbrio e tem serviço impecável.
É nesse lugar que o chef divide com os clientes suas inspirações, criatividade, técnicas e um enorme talento, numa explosão de sabores e na descoberta de texturas, que se revela a cada prato e a cada mistura de ingredientes. É uma cozinha de autor. Pura emoção!
O jantar durou três horas, tempo necessário para o serviço do Menu Belcanto, o mais completo da casa. Foram 15 pratos supreendentes, numa “viagem” gastronômica entre entradas, principais, sobremesas e petit four, com orientação do discreto, porém, eficiente sommelier do restaurante, que escolheu adequadamente os vinhos para harmonizar com o cardápio bastante eclético e criativo.
Cada prato que chegava à mesa era apresentado com pompa e circunstância, numa tentativa de fazer com que o cliente se familiarizasse com a proposta do chef. Os pratos servidos foram: esfera de Ginginha da Abadia, esfera de Azeitona XL-LX e Tremoço (tofu com kaffir e pipripiri), todos numa versão molecular. Em seguida, foram apresentados uma Cenoura de conserva Algarvia; Choquinhos com tinta; Patê de fígados com borras de vinho do Porto; Vigia, um interessante prato que insinuava o fundo do mar com sabores de outros lugares; Papas de milho com enguia fumada, tutano e folhas de capuchinhas; A horta da galinha dos ovos de ouro, prato inspirado no Sítio do Pica Pau Amarelo, de Monteiro Lobato, um ovo com pão crocante, cogumelos e ouro comestível. Para mim, o mais surpreendente da noite, de textura delicada e sabor instigante.
O serviço continuou com Coração de Alface e vitela com nozes, toucinho e pimenta preta; Cozido à portuguesa; Mergulho do mar, um robalo com algas bivalves; Rabo de boi com grão, foie gras, tendões de vitela e creme de cebola com queijo da ilha; Abóbora; Citrinos e doces de ovos e uma Caixa de fruta e árvore de chocolate.
Ao final desse maravilhoso menu degustação, tive a convicção de que é apenas uma questão de tempo para que o chef José Avillez, que, gentilmente, conversou com a SAV e assinou o cardápio de cada um, ganhe a sua terceira estrela Michelin, pois talento ele tem de sobra.
Belcanto
Largo de São Carlos, 10, Chiado
Lisboa – Portugal
Fone: 351 21 342 0607
Outro restaurante de prestígio em Lisboa é o Eleven, do chef alemão Joachim Koerper, apaixonado pelos mais nobres produtos do país. Inaugurado em novembro de 2004, é uma das referências gastronômicas da capital portuguesa, com uma estrela no Guia Michelin.
De ambiente moderno e requintado, o Eleven tem paredes envidraçadas, que permitem uma vista privilegiada para o belíssimo Parque Eduardo VII. A cozinha de Koerper é mediterrânea, baseada, principalmente, nos produtos frescos encontrados nos mercados da cidade, disponíveis em cada estação.
Para grupos, o restaurante trabalha exclusivamente com menu degustação, que pode incluir a harmonização com vinhos ou não. Aliás, a carta de vinhos do Eleven é bastante completa, merecendo uma atenção especial. E para quem não está em grupo, o cardápio oferece uma variedade interessante de pratos criativos e bem elaborados.
O menu degustação da SAV foi servido em oito tempos, começando com Amuse Bouche; Terrina de Foie-Gras com nougat, ginja e queijo fresco de Albernoa; Creme de lavagante com “won-ton” de vieira; peixe do dia com lula, manjericão, romã do Algarve e emulsão de leite de amêndoa fumado; Pato cruzado de Challans com pack choi, marmelo caramelizado, Spätzle de limão e molho de gengibre ou Carré de cordeiro marinado em sakê, cremoso de espinafres, batata com alho negro e jus com infusão de nori; Seleção de queijos; Sortido de sobremesas e Mignardises.
Uma apurada técnica, bons produtos e o talento pessoal do chef proprocionam momentos de puro prazer à mesa no Eleven. A cozinha de Joaquim Koerper é de sentidos, rica em detalhes e tem muita consistência, em que o paladar é explorado a cada prato servido.
No dia da nossa visita, apenas o serviço do salão, um pouco desatento, deixou a desejar. Mas nada que não possa ser corrigido facilmente.
Eleven
Rua Marquês de Fronteira, 1070
Jardim Amália – Lisboa/Portugal
Fone: 351 21 386 2211
Estilo musical tipicamente português, o fado é uma atração para quem visita Lisboa. E duas cantoras são as grandes referências dessa música: Maria Severa (1820-1846) em meados do século XIX, e Amália Rodrigues (1920-1999 no século XX), sendo a sua embaixatriz nos maiores palcos de todo o mundo. A guitarra portuguesa e o xaile negro são os principais símbolos do fado.
A nossa visita foi na Adega Machado, casa de fado tradicional inaugurada em 1927, e reinaugurada depois de uma reforma, em 2012. O ambiente é distribuído em três pisos e tem, no elenco de cantores, duas mulheres e um homem. No salão principal integra uma extensa galeria de imagens de peças de arte que homenageia a sua história e a do próprio fado.
Os artistas se revezam durante toda a noite, cada um cantando três músicas de cada vez, seguida de um pequeno intervalo, para que o serviço no salão não fique comprometido. De cozinha tradicional, come-se muito bem uma bela posta de bacalhau ou carnudos e macios tentáculos de polvo, devidamente acompanhados por uma taça de vinho.
Adega Machado
Rua Do Norte 91, Alto
Lisboa – Portugal
Fone: 351 21 342 2282
Douro
Depois do périplo gastronômico em Lisboa, a SAV foi para seu destino final, o Douro, primeira região vinícola demarcada do mundo, no século XVIII, por Marquês de Pombal.
A encantadora região do Douro é fruto dos prodígios da natureza, mas também do grande esforço e da capacidade de transformação do homem, ao longo de muitos e muitos anos. É também uma das regiões vinícolas mais visitadas do mundo, devido principalmente a sua história ligada ao vinho do Porto, produzido há mais de 200 anos.
Em 14 de dezembro de 2001, a UNESCO classificou a região vinhateira do Douro como Patrimônio da Humanidade, na categoria de paisagem cultural. E não é para menos. Sua beleza é estonteante, única e maravilhosa, distribuída em mais de 26 mil hectares ao norte de Portugal.
A primeira vinícola visitada pela SAV foi a Quinta da Gaivosa, do produtor Alves de Souza, que recebeu o grupo com muita simpatia. A família de Domingos Alves de Sousa tem tradição na vinicultura desde seu avô, que já produzia vinhos no Douro.
Foi o próprio Alves de Souza que conduziu a degustação de 11 rótulos, incluindo o vinho Memórias, elaborado para comemorar os 20 anos da vinícola. É um blend muito especial, feito dos melhores vinhos da bodega desde a sua fundação. Foram produzidas apenas 1.500 garrafas magnum.
Alves de Sousa fez questão de mostrar ao grupo as novas instalações da vinícola, que agora se transforma numa das mais modernas do Douro. O projeto arquitetônico deixou-a muito bonita e bastante funcional.
Abandonado
Vinho mais importante e premiado da vinícola, o Abandonado é feito de uvas colhidas de vinhedo com mais de 80 anos, que ficou alguns anos abandonado e cheio de falhas, daí surgiu o nome. Em 2004, ele resolveu isolar o terreno e, ao elaborar o vinho, teve uma enorme surpresa, pois a sua qualidade era superior. A produção do Abandonado é uma homenagem às raríssimas vinhas velhas do Douro, feito com mais de vinte castas misturadas, dentre elas a Touriga Franca, Tinta Amarela e Touriga Nacional. Um belo vinho, com enorme potencial de guarda.
Quinta da Gaivosa
Santa Marta de Penaguião – Portugal
Fone: 351 254 822 111
A Quinta do Vallado foi a segunda parada da SAV, com direito a almoço. Construída em 1716, é uma das quintas mais antigas e famosas do Vale do Douro. Ela pertenceu à lendária Dona Antônia Adelaide Ferreira e mantém-se até hoje na posse dos seus descendentes.
A degustação foi conduzida pelo agrônomo da casa, Daniel, que abriu 4 rótulos: Quinta do Vallado Adelaide, Quinta do Vallado Reserva, Quinta do Vallado Branco e Quinta do Vallado Touriga Nacional.
Durante o almoço, um dos donos da vinícola, Francisco Ferreira, sentou à mesa conosco para falar uma pouco sobre a história da bodega, seus métodos de produção e, principalmente, de sua tetra-avó, Dona Antônia Adelaide Ferreira, uma mulher empreendedora e visionária para a época.
A Quinta do Vallado é famosa pela produção de Vinhos do Douro e Vinhos do Porto de qualidade reconhecida mundialmente. A vinícola possui um wine hotel que foi recentemente modernizado para melhor receber os turistas.
Quinta do Vallado
Vilarinho dos Freires
Peso da Régua – Portugal
Fone: 351 254 323 147
A belíssima Quinta do Castro abriu o nosso segundo dia de visita às vinícolas. Situada na margem direita do rio Douro, entre a Régua e o Pinhão, possui cerca de 130 hectares, dos quais 70 são ocupados por vinhas. Com produção superior a 1 milhão de garrafas por ano, é propriedade da família de Leonor e Jorge Roquette há mais de um século.
Na Quinta do Crasto utiliza-se as mais avançadas tecnologias de vinificação conjugadas com o tradicional método de pisa a pé em lagares. Essa vinícola produz anualmente diversas categorias de Vinhos do Douro, Vinhos do Porto e Azeites.
O grupo foi recepcionado por Ana Alves, responsável pelo enoturismo da Quinta do Crasto. Com ela, conhecemos as principais instalações da empresa, como os lagares onde são feitas a pisa a pé das uvas, a casa sede e algumas vinhas velhas com mais de 80 anos de vida, que produzem mais de 40 variedades de uvas misturadas.
Ana Alves organizou a degustação com cinco rótulos da vinícola: Crasto tinto 2013, Crasto Superior tinto 2012, Crato Superior branco 2012, Quinta do Crasto 2012 Reserva Vinhas Velhas tinto e o Quinta do Castro Vintage Porto 2010. Em seguida foi servido um delicioso almoço com uma sopa fria de entrada e dois pratos principais: generosas Lascas de bacalhau e Polvo assado no forno (de textura e sabor inesquecível) com batatas ao murro. A sobremesa ficou por conta de uma variada tábua de queijos e doces, com destaque para o famoso Queijo Serra da Estrela.
Quinta do Crasto, Gouvinhas
Sabrosa – Portugal
Fone: 351 22 610 5493
Situada no coração da região demarcada do Douro, a visita da SAV a Quinta do Vale D. Maria foi muito enriquecedora, principalmente pela oportunidade de conhecer os principais vinhos produzidos por essa vinícola.
O proprietário é o enólogo Cristiano van Zellers, que, com a colaboração e dedicação de uma pequena equipe de outros enólogos, produz vinhos de altíssima qualidade, com destaque para o CV – Curriculum Vitae e o Quinta Vale D. Maria Vinha do Rio, o top da casa, apesar de ser menos conhecido que o CV, cujo vinho da safra de 2010 foi considerado o segundo melhor vinho tinto no TOP 10 dos Vinhos Portugueses na Essência do Vinho 2013.
A degustação ficou por conta de Joana Pinhão, uma das enólogas da vinícola. Ela falou rapidamente sobre a empresa e os tipos de vinhos que são produzidos, e serviu para a SAV sete vinhos: VZ 2013, Rufo 2011, Van Zellers, Quinta Valle D. Maria, Quinta Vale D. Maria Vinha do Rio 2012, CV 2012 e o Quinta vale D. Maria Reserva Porto 2010. Em comum, ressalta-se a qualidade dos vinhos, fruto de um trabalho primoroso de Cristiano van Zellers.
Quinta Vale D. Maria
Erverdosa do Douro
S. João da Pesqueira – Portugal
Fone: 351 936 829 279
Adotando o conceito de “Boutique Winery”, a Quinta do Portal é uma vinícola que se dedica à produção de vinhos DOC Douro, Vinhos do Porto de categorias especiais e Moscatel.
A nossa visita foi recepcionada pelo enólogo Paulo Coutinho, que ofereceu uma degustação com cinco rótulos: Portal Colheita, Portal Reserva, Portal Gran Reserva, Portal Porto 10 Anos e o Portal Porto 2007 Vintage.
O enólogo informou que a qualidade dos vinhos faz parte da filosofia da empresa, que exporta para vários países, como os EUA, Canadá, Inglaterra e Rússia, seus principais compradores, que representam 65% das vendas da vinícola.
Essa bodega tem instalações bastante modernas com uma linda loja toda em madeira para venda de seus vinhos e produtos. O lugar é aconchegante e convidativo a degustações. As suas paredes externas são revestidas por cortiça, um excelente isolante térmico que ajuda a controlar a temperatura e umidade das cavas, onde os vinhos envelhecem.
Quinta do Portal
Celeiros do Douro, Sabrosa – Portugal
Fone: 351 259 937 000
A última visita da SAV no Douro foi na vinícola Wine & Soul, do casal de enólogos Jorge Serôdio Borges e Sandra Tavares da Silva, que produzem um dos vinhos mais cultuados de Portugal, o Pintas, que teve na safra de 2011 sua melhor expressão, recebendo nada menos que 98 pontos da revista Wine Sepctator. Um feito e tanto. Essa safra recebeu, também, o prêmio de melhor vinho de Portugal em 2014, pela revista Wine – Essência do Vinho.
A Wine & Soul é uma vinícola de apenas 30 hectares, fruto de um sonho do casal de elaborar um grande vinho, um vinho de garagem, por assim dizer, que representasse o que o Douro tem de melhor, o seu terroir único no mundo. E o Pintas é o resultado desse sonho. Feito de uma única vinha de 2,5 hectares com mais de 80 anos de idade e mais de 30 castas diferentes, são elaborados anualmente cerca de 5,5 mil garrafas, das quais 1,5 mil são exportadas para o Brasil. A empresa ainda elabora outros vinhos tranquilos de qualidade excepcional, além de vinho do Porto.
Quem nos recebeu na vinícola foi Sandra Tavares, deixando a degustação com um sabor todo especial. A enóloga explicou o histórico da Wine & Soul e sua filosofia de trabalho, que teve início em 2001.
Foram degustados praticamente todos os rótulos da vinícola, a exceção do Porto Vintage. Até o maravilhoso e especial vinho do Porto 5 G, cuja garrafa custa a bagatela de 800 Euros na vinícola, Sandra gentilmente tirou uma amostra para que o grupo provasse, coroando a nossa viagem a Portugal.
O vinho do Porto 5G é uma daquelas pérolas da enologia, que resulta de um lote de vinhos muito velhos, alguns dos quais com mais de cem anos de idade. A garrafa foi feita manualmente e soprada numa das mais emblemáticas videiras de Portugal. A caixa de cerejeira foi artesanalmente produzida, a rolha é de categoria flor, tudo isto desenhado pela reconhecida designer portuguesa Rita Rivotti. E tudo isso para produzir apenas 1200 garrafas.
Os demais vinhos degustados foram: o branco Guru 2013, Manuela 2012, Pintas Character 2012, o surpreendente e maravilhoso Quinta da Manuela Vinhas velhas 2012, Pintas 2012 e o Porto Tawny 10 anos.
Wine & Soul
Avenida Júlio de Freitas, 6, Vale de Mendiz
Pinhão – Portugal
Fone: 351 254 738 076