A função da introdução alimentar não é alimentar!

Gastronomia Infantil - Nathália Gröner

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Isso mesmo, caros leitores. Nosso título não tem nenhum erro de digitação, tampouco contradição. A fase de 6 meses a 1 ano, a Introdução Alimentar, mais conhecida por IA para os íntimos, não tem a função principal de alimentar, e sim APRESENTAR os alimentos aos bebês.

Pense bem: o neném nasceu, passou 6 meses exclusivamente mamando (leite materno ou fórmula) e de um dia para o outro vai saber comer alimentos com os mais diversos gostos, cheiros, cores e texturas? Não. Não vai, e isso é completamente natural. A IA serve justamente para ir, gradativamente e com muita paciência, apresentando este novo mundo aos pequenos.

Imagine uma escadinha, na qual o bebê vai subindo e progredindo lentamente – não existe tempo determinado para alcançar cada degrau. Cada criança tem seu ritmo próprio – sem pressão e grandes expectativas, ok?

Nossa ESCADA DA EXPOSIÇÃO DOS ALIMENTOS é composta por 6 etapas, sendo elas:

1 – Tolerar

2 – Interagir

3 – Cheirar

4 – Tocar

5 – Provar

6 – Comer

Assim como falar e andar, COMER TAMBÉM É UM PROCESSO, que deve ser aprendido aos pouquinhos. Um dia seu bebê pode comer bastante, no outro pode estar enjoadinho ou com dor do nascimento dos dentes ou reagindo à vacina e não aceitar nada. E tudo bem!

Ainda que o bebê não coma (ou coma muito menos do que você consideraria ideal), a principal fonte de alimentação e nutrientes continuará sendo a fórmula até os 12 meses.

Por isso a apresentação e o estímulo são mais importantes que “comer qualquer coisa para encher a barriguinha”, para que ao completar 01 ano este bebê já esteja bem familiarizado com os alimentos e faça uma transição sem grandes transtornos.

Portanto, PACIÊNCIA, RESPEITO, AMOR, CARINHO são muitíssimo importantes também na IA!

Divirtam-se com essa deliciosa fase! Beijos e até mês que vem.

* Nathália Gröner é especialista em Nutrição Materno Infantil, Jornalista e Gastróloga em formação. É idealizadora do primeiro Restaurante para Bebês do Brasil, a Petit Poti, que já alimentou centenas de bebês potiguares e turistas.