A moka

Papo Café - Ricardo Sousa

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Quando o assunto é unir praticidade em estilo retrô, a Moka cumpre bem o seu papel. Com mais de oitenta anos de existência, a mesma teve poucas variações desde seu projeto original e aglomera fãs por todo o mundo, tanto por seu estilo e praticidade, quanto pelo sabor que ela produz na xícara. Na Itália, já virou um símbolo nacional, sendo exposta permanentemente como ícone da Trienal do Design de Milão. E por essa popularidade e origem no tal país que ficou conhecida, aqui no Brasil, como “cafeteira italiana”.

Ela foi inventada em 1933 por Afonso Bialetti, e a praticidade da cafeteira que, inicialmente, foi batizada como Moka Express, revolucionou o mercado da época e a forma de apreciação do café. Todos queriam ter a cafeteira da empresa Bialetti, que poderia fazer, como o próprio slogan dizia: “Em casa, um espresso como na cafeteria”. Logo nos primeiros cinco anos, já foram vendidas setenta mil unidades, aumentando ainda mais esses números nos anos seguintes, tornando a Moka, como ficou conhecida, um item praticamente obrigatório nas casas italianas. É comum na Itália as famílias possuírem mais de uma cafeteira para os diferentes horários e quantidades necessárias. Estima-se que noventa por cento das casas italianas tenha, ao menos, uma cafeteira da marca Bialetti. E, nesse contexto, já se foram vendidas mais de trezentos milhões de exemplares para todo mundo.

O design permanece bem parecido com o original dos anos 30. Apresenta laterais em formato octogonal e forjada em alumínio, é dividida em três partes: a inferior, que se adiciona água e possui uma pequena válvula de pressão; a parte do meio, que possui uma espécie de funil adaptado para receber o pó; e a parte superior, que é como uma jarra com um tubo no centro e um filtro de metal no fundo. Local onde vai passar o café já como bebida quente e armazenado para ser servido. O método de extração do café da
Moka é conhecido com percolação, ou seja, força-se a passagem de água quente por um bolo de café. Muito prática, basta adicionar água fria no recipiente inferior, adicionar o café (com uma moagem mais grossa) na cesta funil, fechar com o recipiente superior e levar ao fogo baixo. Apresenta ainda uma tampa e uma alça de plástico ou resina.

O café na xícara, quando preparado na Moka, tem um sabor encorpado e preserva seus óleos essenciais. Possui um pouco de resíduo ao fundo e, por sua textura mais densa, era muito comparado aos espressos da época. Cada Moka é fabricada de forma que possa preparar sempre uma quantidade específica de xícaras. Por exemplo, pode-se se encontrar cafeteiras italianas de uma, três, seis, nove, doze até dezoito xícaras. Por não possuir muitas variáveis para o preparo, quando usada a moagem correta, grãos de qualidade, e seguidas as instruções do fabricante, apresenta sempre um café à prova de erros e permite a qualquer pessoa servir um café com sabor agradável.