Campeonatos de fazer café?

Papo Café - Ricardo Sousa

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Reconhecimento pelo trabalho desempenhado é algo que todo profissional deseja. Seja lá qual for a área de atuação, é sempre muito gratificante quando todo esforço, após um longo tempo de dedicação, é realmente mostrado e recebe o seu mérito. Para o barista não seria diferente. A maior forma de reconhecimento de seu trabalho e o auge do orgulho na carreira deste tipo de profissional ocorre quando ele vence um campeonato de barista. É o momento que o barista mostra todo seu conhecimento, técnica, performance e dedicação na busca de se aprimorar tanto sua habilidade quanto a qualidade, além do sabor da bebida que ele irá preparar. 
 
O mais importante campeonato de barista, com participantes de mais de 50 países, é o WBC (World Barista Championship), produzido pela World Coffee Events. Acontece uma vez por ano desde primeira edição, em 2001. Como naquele ano não houve nenhum representante do Brasil, logo no ano seguinte, em 2002, foi criado o primeiro campeonato brasileiro de barismo, a fim de que o vencedor desta edição fosse disputar o mundial, já no mesmo ano. O objetivo do campeonato é melhorar todo o serviço da cadeia de café, desde o plantio até a xícara. Para isso, os competidores devem conhecer cada processo da cadeia produtiva cafeeira e aperfeiçoá-los, para que consigam o melhor resultado na bebida. 
 
Durante a apresentação, cada barista competidor terá 15 minutos para preparar, um espresso, um cappuccino e um drink de assinatura sem álcool, para quatro juízes sensoriais, que estarão avaliando o sabor das bebidas e a harmonização entre cada ingrediente. Nesse mesmo momento do preparo, o barista deve estar conversando com os juízes, descrevendo as notas sensoriais da bebida e contando a história de como ele conseguiu encontrar e aprimorar aquele café. Tudo isso será também avaliado por um juiz técnico, que irá conferir toda performance, desenvoltura e habilidade durante toda a bateria. 
 
Esse ano, o campeonato mundial de barismo (WBC), aconteceu em junho, em Amsterdã, na Holanda. O campeão brasileiro Thiago Sabino representou nosso país na competição, utilizando um café especial da variedade Obatã (varietal desenvolvido pelo IAC), cultivado em Jacarezinho, no Paraná, em altitude de 650m. O seu drink de assinatura foi a reprodução do guaraná, utilizando o café como ingrediente base. Apesar de sua excelente apresentação o troféu acabou ficando com a poloneza, que também teve uma performance incrível, Agnieszka Rojewska.