Nem espresso, nem coado, Aeropress!

Papo Café - Ricardo Sousa

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Bem conhecido pelas cafeterias, a Aeropress tem conquistado cada vez mais espaço entre os consumidores. Inventada em 2005 pelo americano Alan Adler (o mesmo inventor do Frisbie, da empresa americana Aerobie), é um método de extração de café relativamente novo. Esses 11 anos, porém, foram mais do que suficientes para projetar o utensílio por todo o mundo. Há até campeonatos para comparar as diversas formas de utilização do mesmo. Para quem busca praticidade, requinte e complexidade sensorial, com um sabor mais intenso, a Aeropress é a melhor pedida.

 
A Aeropress consiste basicamente de um cilindro de plástico, em que será inserido o café moído com água quente, e de um êmbolo que será pressionado manualmente, empurrando a mistura café-água contra um filtro de papel e extraindo a bebida sob pressão. Falando popularmente, aparece com uma seringa, e o resultado na xícara é um meio termo entre um café coado e a complexidade do espresso. Isso porque a pressão aplicada no momento da extração determina uma maior extração de sabor, porém alguns compostos que são perdidos em um café filtrado apenas por gravidade. Pode ainda ser preparado de duas maneiras básicas, o tradicional, onde o cilindro principal é montado já na posição de extração; e da maneira invertida, onde o cilindro é montado com o êmbolo de cabeça para baixo, e virado na xícara somente na hora da extração.
 
Cada método de extração traz um sabor diferente à xícara que revela muito sobre qual utensílio está sendo utilizado. Nesse processo, cada um consegue extrair de uma forma diferente as características presentes no grão de café. Alguns deixam o café mais potente, outros deixam mais delicado. A Aeropress, geralmente, consegue deixar o café mais intenso, do que a maioria dos coados, mas a possibilidade de se modificar cada variável do processo de extração é tão grande, que nos campeonatos cada competidor demonstra uma forma diferente de preparo. E ainda que usando o mesmo tipo de grão, cada xícara vai apresentar um sabor bem diferente uma da outra.
 
O segundo campeonato brasileiro de Aeropress consagrou Hugo Rocco campeão em março deste ano, em Curitiba (isso mesmo, o Brasil teve seu primeiro campeonato nacional de aeropress somente em 2015, apesar de desde 2008 já existirem os mundiais). O competidor conquistou, ainda, o terceiro lugar no mundial realizado em junho. Ele utilizou o método invertido, 20g de café moagem média, adicionou 150ml de água a 82 graus Celsius, mexeu por 10 segundos e deixou descansar em infusão por 1 minuto e meio. Então, virou na xícara e pressionou o êmbolo, extraindo a bebida até o fim, durante 35 segundos. Após a extração, adicionou mais 30 ml de água para equilibrar a acidez e suavizar o sabor. E você está esperando o que para preparar uma Aeropress quentinha na sua casa?