O Espresso

Papo Café - Ricardo Sousa

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Nascido na Itália, mas vem ganhando o mundo inteiro em pouco mais de um século de existência, o café espresso mostrou que veio para ficar. A bebida cremosa, de sabor intenso e concentrado, é a mais consumida em todas as cafeterias do mundo, algumas especializadas apenas no seu preparo. Por sua popularidade, acaba muitas vezes menosprezado, mas na verdade um espresso perfeitamente extraído é algo mais complexo do que se imagina.
 
A palavra espresso, com "S", vem do italiano e preserva sua grafia original, da mesma forma que cappuccino, por exemplo. Era usada para designar qualquer bebida feita na hora para o cliente. Depois de 1901, quando Luigi Bezzera inventou a primeira máquina de café espresso, o termo começou a ser utilizado apenas se referindo ao café extraído daqueles tipos de máquinas. No começo, ainda eram bem diferentes das que vemos hoje. Somente em 1946, quando a fabricante Gaggia criou a primeira máquina capaz de extrair o café sob pressão, o café extraído passou a apresentar uma crema superficial no topo da xícara, deixando o cafezinho com a aparência mais parecida com a que observamos, hoje, nas cafeterias.
 
O café espresso, ao longo do tempo, passou por muitos testes, estudos e aprimoramentos de máquinas, moinhos e técnicas, até chegar ao nível do que há na atualidade, tendo em vista a descoberta de alguns fatores, para que a qualidade na xícara seja a melhor possível. Segundo a Specialty Coffee Association of America, um espresso é uma bebida de 30ml, que é preparada com 7 a 9g de café torrado e moído, sendo atravessado por água quente (de 88 a 92C), pressurizada de 9 a 10 atm. Claro que o barista pode modificar esses valores, se achar necessário, para que atinja o melhor sabor e respeitando a aparência da extração, que deve ter viscosidade semelhante à de mel quente e formar uma crema marrom e densa, podendo variar a cor, segundo o ponto da torra do grão. Como o espresso já sai praticamente na temperatura ideal para ser consumido, deve ser preparado e imediatamente servido e logo degustado. O café que sai da máquina e que fica esperando em cima do balcão, por algum tempo, já perde muito a qualidade do que deve ser o ideal.
 
As máquinas mais modernas de espresso, que têm a possibilidade de controle das variáveis citadas, permitem a retirada de um produto extremamente saboroso, e realçam todas as características do grão, preservando seus óleos essenciais e, ao mesmo tempo que exibem toda doçura, acidez, corpo e as notas aromáticas presentes, realçam ainda mais qualquer defeito que possa existir no grão de café. Fato este que torna imprescindível a utilização de grãos de qualidade para o preparo do espresso, ou o resultado será uma bebida com gosto não muito agradável, ou aquém do que ela poderia ser.
 
Por seu sabor mais intenso e praticidade, dentre todas os opções de extração de café, a bebida retirada da máquina não perde nunca o seu posto de mais pedida. Bons Espressos!