O ouro também é nosso!

Papo Café - Ricardo Sousa

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Entre os dias 07 e 09 de novembro, tivemos a hora de ter quatro campeonatos mundiais de café acontecendo aqui, em terras tupiniquins, mais precisamente em Belo Horizonte/MG. Coffee in Good Spirits, Latte Art, Cup Tasters e Brewers. Foi a primeira vez que o Brasil sediou um campeonato desse porte e que atraiu visitantes, competidores e variedades de café do mundo inteiro. O evento expôs um ótimo cenário para o nosso país e ajudou a difundir um pouco mais do mundo barístico. Caso você tenha faltado ao evento, vamos conhecer um pouco sobre cada modalidade.

O Coffee in Good Spirits é o campeonato de preparação de drinks alcoólicos à base de café. Cada competidor deve preparar duas bebidas quentes, duas frias e dois Irish Coffee (bebida de café, whiskey, açúcar e creme de leite). As bebidas sempre precisam evidenciar o café, e esse ano deveria utilizar também como ingrediente a nossa cachaça na preparação. Cada bebida e detalhe técnico eram avaliados pelos juízes. Depois de métodos mirabolantes e as mais variadas receitas, o primeiro lugar ficou para Dan Fellows, do Reino Unido.

No campeonato de Latte Art, são expostos desenhos feitos com leite no café. Verdadeiras obras de arte são realizadas ali na hora, nas xícaras. Os baristas devem entregar aos jurados os desenhos exatamente iguais aos propostos e são levados em conta a nitidez das formas, contraste do leite em relação ao espresso e a textura adequada. O ganhador foi Irvine Quek Siew Lhek da Malásia, que foi de uma precisão e criatividade incríveis.

Cup Tasters é o campeonato de prova de café. O primeiro lugar foi o australiano Yama Kim, que acertou mais provas, no menor tempo. São dispostas para cada competidor oito conjuntos de três xícaras. A cada três, têm dois cafés iguais e um diferente. Esse único que difere de cada trio deve ser separado dos demais. O mais legal dessa prova é que se é apenas julgado por um juíz. O participante faz as provas na frente de uma platéia que acompanha o resultado na hora, com direito a gritos da torcida. É emocionante!

O brilho do evento, para nós, foi o campeoanato de Brewers. Esta competição avalia o melhor preparo de café filtrado, no método escolhido individualmente. Cada competidor passa primeiro por uma etapa eliminatória, com grãos fornecidos pela organização. Os classificados vão para a segunda fase, onde deverão preparar um grão de sua escolha. O primeiro lugar foi Emi Fukahori, da Suíça. Porém, a medalha de ouro também teve um pouco do nosso país, pois o grão utilizado, de todos do mundo, foi da cidade de Patrocínio/MG. Um varietal chamado Laurina, cultivado pela fazenda Daterra. Quem disse que no Brasil não tem café bom? O melhor do mundo é nosso!