Acreditando no retorno!!!

Opinião - Arthur Coelho

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O incansável empreendedor do ramo gastronômico é realmente um sobrevivente de sete vidas!! tudo aquilo que podia apostar, apostou. Chorou, sorriu, reclamou, desesperou, acreditou, chorou novamente, desesperou e, mesmo assim, não se entregou.

É claro que alguns não resistiram, mas seguramente lutaram bravamente até o último e derradeiro suspiro. O último dia. O último quilo de feijão foi para panela e direto para o fogão, com um pesar grande e um chiar melancólico e monocórdico, como um suspiro lento e dolorido de ver seus sonhos, suas energias, sua esperança receber uma pá de cal, fechando as portas com se fosse a tampa de um gélido caixão.

Tristeza no peito. Lágrima debaixo do chuveiro. Olhar triste e distante de quem lutou o bom combate, porém perdeu para os desgovernos impiedosos, preocupados com suas reeleições, culpando os estabelecimentos da propagação da peste negra, da raiva, embora esses bravos homens e mulheres, sem pestanejarem, queimam suas barrigas nos fogões de forma apaixonada e dilacerante. Cortaram na própria carne tudo o que podiam, na esperança de novas retomadas, na retirada de decretos sem pé nem cabeça e na reabertura de seus locais com planos de contingência e de biossegurança para os locais, investindo e reequipando restaurantes e seus operadores porém, em contrapartida, receberam a hipocrisia farsante dos ônibus apinhados, como se a peste só atacasse os trabalhadores e frequentadores dos bares e restaurantes e esses fossem os únicos propagadores da peste, negando a todos, pelos desgovernos delirantes, o direito à saúde, à imunização e ao trabalho coerente e honesto.

Infelizmente, muitos sucumbiram. Fecharam suas casas como se fossem caixões, entregaram as chaves e cravaram em suas lápides: “AQUI JAZ UM EMPREENDEDOR QUE COMBATEU O BOM COMBATE, MAS SUCUMBIU AO SISTEMA PROMOVIDO PELAS URNAS”.

Os sobreviventes, dilacerados, em frangalhos, rotos e esfarrapados, buscam, em seus últimos suspiros, a crença piedosa e esperançosa da reabertura, da retomada da normalidade, da possível alegria dos transeuntes, das gargalhadas dos amigos já de fogo, proporcionado pelas rodadas de chopps, caipirinhas e outras alegrias líquidas nesses momentos tenebrosos da humanidade atual. Acreditam em suas teses: VAI PASSAR! TUDO VOLTARÁ A SER COMO ANTES! VAI PASSAR…

A impressionante arte de empreender reina absoluta nos corações resolutos e críveis desses nobres cavaleiros sem armaduras: a arte de exercitar a paciência, a tolerância, a ousadia, a teimosia e a esperança em reabrir as portas!

Ah! nobres senhores, como desistir de vocês? Como não se envergonhar pela nossa desistência imediata ao mínimo obstáculo, quando nos deparamos com esses bravos cavaleiros, de peito aberto e sangrando, mas sem jamais se entregarem ao perder parte de uma batalha.

Parabéns, nobres guerreiros! Retomamos a luta! Nas margens nem tão plácidas assim, ainda ouvimos o brado retumbante de um povo heróico, e o sol com seus raios fúlgidos brilhará no céu da Pátria em qualquer instante!

SALVE, SALVE O POVO BRASILEIRO! SALVE, SALVE O TRABALHADOR BRASILEIRO! SALVE, SALVE O BRASIL QUE TRABALHA E DÁ CERTO!