Inovação e tecnologia x profissionais nos négócios de alimentação

Opinião - Arthur Coelho

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É certo de que já é visível perceber e entender que a “mistura” do cenário gastronômico virtual com o cenário real é um movimento sem retorno! Virou rotina fazer compras virtualmente, “degustar” fotos espetaculares, vivenciar experiências virtuais nas escolhas de opções de refeições através dos aplicativos, analisar tabelas nutricionais, consumir “moda gastronômica”. E, enfim, publicar nossas experiências e expectativas versus realidade.

As atividades tecnológicas, tanto na produção, execução, divulgação, entrega e resultado da experiência escolhida têm facilitado os negócios de alimentação grandemente.

Porém, não se pode esquecer de que as “mentes pensadoras” dessas experiências, transformadas em produtos, serviços e sensações, são feitas, executadas e entregues por profissionais que dedicam, sobremaneira, horas extenuantes, suadas, doloridas e cheias de emoções para atender as escolhas do cliente. É sofredor quando, de alguma forma, não percebemos a satisfação do nosso cliente.

Naturalmente, percebemos que o nível de exigência de nossos clientes aumentou de forma exponencial. “Todos conhecem tudo”! Mesmo que seja um conhecimento raso sobre as coisas, porém todos consumidores se dão “ao direito” de praticarem a crítica gastronômica, de forma explícita. No entanto, às vezes, essa é inconsistente e equivocada. Um “reality show gastronômico” não gradua ninguém como cozinheiro, chefe de cozinha ou crítico gastronômico. Não me refiro, aqui, a crítica construtiva e cheia de conhecimento ou tentativa de sanar um equívoco ou um produto com problemas na sua preparação.

Refiro-me às exigências que, muitas vezes, não estão ao alcance do cozinheiro, do chefe ou do gerente, pois a natureza dos alimentos não são controladas por esses profissionais e, muito menos, por inovações tecnológicas, que auxiliam na preparação, produção ou entrega do produto adquirido pelo consumidor.

Há investimento de horas de nossas vidas ao conhecimento, estudos, pesquisas, viagens, livros e testes infindáveis para chegarmos à “receita” perfeita! Mergulhamos nas memórias afetivas de nossas histórias, de nosso cotidiano, impregnando nas nossas preparações sabores de nossas mães, tias, avós, pais, amigos e profissionais, que são referência.

Isso, porque o desejo é o de querer proporcionar experiências fantásticas, mesmo que seja um simples bolo, café ou tapioca ao cliente. E perceber você, que escolheu sentar  a nossa mesa para sentir e desgustar melhores momentos do seu dia.

Seja amistoso! Seja dócil! Nos ajude a acertar, com críticas construtivas e com a vontade e o sentimento que, no final do seu consumo e de nossa jornada, a gente tenha a certeza de que foi feito o nosso melhor. Aquela sensação de acollhimento recíproco! Obrigado por compartilhar conosco parte de sua vida em uma mesa de refeição.