Reinventar e reinaugurar: o quanto aguenta um coração?

Opinião - Arthur Coelho

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Nos próximos 365 dias, entraremos num ciclo de reinvenção e reinauguração diária dos negócios de Gastronomia e Hotelaria (falo especificamente desse segmento, pois é o que tenho feito nos últimos 27 anos).

A temporada de “caça ao cliente” já está aberta desde o primeiro dia da tão falada e esgotada QUARENTENA!

Como se já não bastasse a reinauguração diária que se dá ao abrir suas portas, seja de um pequeno local ou uma grande rede de hotéis com 1.300 hóspedes diários, para hospedar, alimentar e satisfazer as suas expectativas e dar a ele a melhor experiência possível.

Politizar a crise, dar nomes de partidos, dar fisionomia, ser da esquerda, ser da direita, ser do centrão, do comunismo, do capitalismo, do fascismo, do socialismo, do governo A, B ou C… não trará nenhum cliente de volta, caso o próprio não escolha sair, viajar, consumir, planejar seu evento, comemorar seu aniversário, reservar sua mesa, seu apartamento, seu ingresso do show…

Como se não bastasse a tarefa incansável da reinauguração, agora, mais do que nunca, estamos presos ao ciclo de descobrir a FÓRMULA MÁGICA, para trazer esse cliente de volta e, com ele, evidentemente, a vitalidade dos negócios, dos empresários e do capital humano que dá a vida pelo negócio.

Reinventado, reciclado, repensado e reinaugurado diariamente, será uma tarefa a ser perseguida com todo o vigor que temos em nossas veias, em nossas mentes, em nossas vidas! Não somos mais o “The Best”, o “Number One”, “O Cara”, “A Capa da Forbes”, o “6º na lista dA Restaurant World”, as “Estrelas Michelin”… começaremos do zero!

Estamos todos no mesmo patamar. A diferença é apenas no volume das dívidas! O vírus nos igualou e voltamos todos ao jogo, partindo do zero.

Isso, meus caros amigos leitores: COMEÇAREMOS DO ZERO. Com o desespero preso na garganta. Com os boletos batendo a nossa porta, com o Fisco arrancado de cada centavo que entra no caixa, os seus 37% de impostos, sem dó nem piedade, seja ele de esquerda ou de direita!

Caberá a nós, acordarmos cedo (caso consigamos dormir!), arregaçarmos as mangas, respirarmos fundo, agradecermos por ter sobrevivido ao vírus e ao tsunami de informações, falsas ou verdadeiras, olharmos pra cima e pra frente e dizermos: GRATIDÃO POR MAIS ESTE DIA! A cabeça e coração deverão andar juntos: RACIONALIDADE E EQUILÍBRIO convivendo com o SENTIMENTALISMO pelo seu sonho transformado em negócio, deverão, mesmo que de forma paradoxal, andarem juntos!

Paixão&Razão! Poderia até ser o nome de um novo negócio!
Não temos outra saída. Não nos entregaremos. Não nos achatarão. Não nos colocarão no mesmo barco. Estamos nivelados pelo vírus, mas não no mesmo barco! No momento, parece que estamos à deriva, pois o “timoneiro-mor” não sabe o que quer, o que diz e nem sabe onde está o mapa pro caminho do equilíbrio. Apenas navega o barco, conforme o sabor das ondas, do vento e, como se não bastasse, ainda transforma tudo num tsunami político.

Será doloroso e dolorido. O remédio é amargo e será por algum tempo. Mas tudo passa. Nada é para sempre. Aqui fica a pergunta: ATÉ QUANTO NOSSO CORAÇÃO AGUENTA?
Eu só tenho uma frase como alento: NÃO ESTAMOS SÓS. CONFIE!